Homossexualidade na Clínica

Certa vez um paciente me disse que estava em busca de uma terapia que fosse capaz de “entender os gays”.

Esta é uma preocupação daquele que está buscando um espaço neutro, onde questões referente a sua sexualidade podem ser abordadas com neutralidade.

A maioria das linhas terapêuticas entende a diversidade sexual como algo natural na sociedade, assim como todos os tipos de comportamentos e sentimentos.

A diversidade faz parte do indivíduo e é ela que enriquece nossa relação com o mundo.

Em função de tabus, preconceitos e religiosidade, as manifestações sexuais, em algumas culturas ou épocas, foram consideradas como perversões no sentido pejorativo do termo.

Estes valores, apesar de diminuídos com o passar do tempo, em algumas culturas ainda persistem.

Entendo que essas crenças geram dificuldades no convívio pessoal, afetivo e até profissional.

Parece que o peso disso tem como conseqüência uma condenação social, que dá direitos de legislador e juiz àqueles que não se propuseram a entender o ser humano, com todas as suas nuances.

A psicanálise, por exemplo, entende que a sexualidade humana não tem necessariamente o sexo oposto como objeto de desejo e afasta de sua prática a finalidade reprodutiva.

“Ao buscar o prazer, a sexualidade escapa à ordem da natureza e age a serviço próprio, pervertendo assim seu suposto objetivo natural: a procriação” (Ceccarelli, 2000).

Graciela Haydeé Barbero (2003) aponta que a homossexualidade é um tipo de escolha sexual e amorosa diferente da heterossexual mas tão possível de ser saudável ou criadora de sintomas como a heterossexualidade.

Muitas vezes, o comportamento homossexual aparece na sociedade como sinônimo de promiscuidade, o que chega a causar estranheza para quem entende do que a homossexualidade se trata.

Podemos afirmar que isso não é exclusividade, nem a forma constante de relacionamento do homossexual.

Atualmente, adolescentes, jovens e adultos heterossexuais têm como hábito, envolverem-se com diversas pessoas em uma mesma noite.

Estes comportamentos são considerados próprios da época e costumam ser valorizados entre seus pares.

É interessante realçarmos então a existência de “2 pesos e 2 medidas”, isto é, não são considerados como distúrbios.

Ao estudarmos grandes pensadores do tema, podemos entender que qualquer prática sexual não tem a reprodução como objetivo.

A psicologia entende que fantasias, fetiches, homossexualidade… compõem a natureza da sexualidade humana.

Podemos concluir que a psicologia clínica caminha ao lado de pacientes homossexuais, já que tem o bem-estar da pessoa como objetivo de trabalho.

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