Armadilhas da Rede
Vivemos na era digital, e nela nosso acesso a computadores, smartphones e tablets é cada vez mais fácil e necessário.
Mais recentemente passamos a ter contato com outra ferramenta virtual, as redes sociais.
A maioria das pessoas que conhecemos tem uma conta no Instagram, Facebook ou twitter e um smartphone com Whatsapp.
Não podemos negar as muitas facilidades e ganhos no dia-a-dia aos quais temos acesso com o uso dessas ferramentas, como facilidades na comunicação no que diz respeito a tempo, resolver pendências do trabalho, aumentar o networking profissional, falar com alguém distante, reencontrar um amigo de infância, além de obter informações e nos entreter com bate papo, imagens e vídeos.
Nosso estilo de vida atual exige que estejamos sempre conectados mas vale refletir a respeito dos impactos negativos de estar o tempo todo online.
Quem de nós nunca se sentiu acima do peso vendo imagens de pessoas fitness no Instagram ou até mesmo culpados ao ler postagens sobre alimentação saudável?
Ou enciumados por ver colegas em fotos de viagens enquanto mal temos tempo para as nossas atividades do dia-a-dia?
Isso sem falar no desconforto quando percebemos que aquele conhecido, comprou apartamento, trocou de carro e é o retrato da família feliz, enquanto parecemos estagnados.
As redes sociais podem nos vender um mundo de aparências, uma vez que não se posta sobre a viagem que não deu certo, a bagunça dos filhos e o trabalho difícil porque isso não gera likes.
Entretanto, essas questões fazem parte do cotidiano das pessoas.
Ao cair nas armadilhas da rede é possível buscar por uma vida imaginária e perfeita e esquecer-se que a felicidade real é feita de erros e acertos, de perdas e conquistas, de feios e bonitos, e aprender a lidar com as adversidades da melhor maneira possível.
Os jovens costumam ser os mais afetados pelo uso excessivo dos aparatos tecnológicos, ser adolescente já é suficientemente difícil.
As pressões que eles enfrentam online são sem dúvida exclusivas desta geração digital e estão mais propensos a sofrerem de problemas como ansiedade e depressão.
A vida perfeita compartilhada nas redes sociais colabora para que os jovens desenvolvam expectativas irreais sobre suas próprias vivências.
Então o perfeccionismo atrelado à baixa autoestima favorece o desencadeamento da ansiedade.
A psicologia analítico-comportamental compreende que o nosso comportamento é modelado por três níveis de seleção, são eles a filogênese (hereditariedade), ontogênese (história individual) e o terceiro nível e não menos importante a cultura em que estamos inseridos.
Assim, a partir do momento em que temos uma nova realidade em nosso meio cultural, que é fundada com a internet somos afetados subjetivamente por ela.
Então, dado o fato de que realidade virtual faz parte do nosso dia-a-dia e atua como importante variável na determinação do nosso comportamento, devemos ficar atentos aos prejuízos que o mau uso dessa ferramenta pode desencadear em nossas vidas.
A psicoterapia comportamental provê ferramentas de autoconhecimento e mudança que favorecem ao estado de bem-estar psicológico, no qual conseguimos usar nossas habilidades cognitivas e emocionais para lidar com as demandas cotidianas.
O equilíbrio de nossas ações é fundamental para dar resposta às transformações que o mundo contemporâneo exige.
Que tal então não deixar a vida passar enquanto pensamos o que vamos postar hoje nas redes sociais?
Ou curtir um jantar a dois sem se preocupar com as várias mensagens e e-mails em seu smartphone?
Armadilhas da Rede
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